domingo, 20 de janeiro de 2013

Lavou, tá nova

Depois de 6.800 km muito bem rodados, vai aqui o merecido banho com direito a desengraxantes, querosene e shampoo com silicone. É um orgulho manter uma Triumph Tiger 955i disponível para o que der e vier na garagem. Até a próxima aventura.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

15º dia - Paraguai

Estávamos de fato cansados da viagem de ontem. Chegar a Foz do Iguaçu depois de tantas filas sob o sol dos infernos, cansou bastante. Acabamos ficando na pousada da Tatiane, a guia que nos levou ao Paraguai. Dormimos relativamente tarde e acordamos às 07, apesar da vontade de dormir um pouco mais. Tomamos um café da manhã bem gostoso e saímos para o Paraguai. A van da Tatiane é muito nova e confortável Ela é super competente e uma simpatia de pessoa. Se alguém quiser ir ao Paraguai o telefone da Tatiana é:(0xx 45) 9921-7414. É impressionante o número de brasileiros comprando as novidades. Voltamos às 15h00 para o hotel e começamos a arrumar as malas fazendo mágica para trazer tudo o que viemos colecionando durante a viagem. Aproveitei o estacionamento do hotel para lubrificar a corrente, ver o óleo - não baixou nenhum milímetro até agora - e joguei uma água na moto para tirar uma infinidade de bichos grudados. Depois fomos ao Shopping Cataratas para comer um sanduíche do Subway e voltamos para terminar as malas. A idéia é dar uma puxada e chegar em São Paulo amanhã, rodando 1050 km. Como estamos voltando muito mais rápido do que na ida, pode ser que, dependendo do cansaço, façamos a volta em duas etapas. De qualquer modo vamos sair às 6 da manhã e tentar chegar em casa à noite ou fim da tarde. Agora vou dormir com as galinhas para estar disposto e não brigar com o sono na hora de levantar. Inté.......!!!!!!

Giraffa´s


Almoço no Giraffa´s


Fanta Tangerina

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

14º dia - de Resistência a Foz do Iguaçu 680 km

Hoje tivemos um dia muito difícil. Quatro postos sem gasolina. Tivemos de entrar numa cidade pequena, Ituzaingó, para achar um posto. A fila dava a volta completa no quarteirão. O sol escaldante e nós empurrando a moto super pesada para não ficar ligando e desligando. Havia três motociclistas que cruzamos na estrada e que se aproximaram. Era o Gambá com uma Varadero, o Nelson e sua mulher,a Jê, cada um com uma Transalp. Ficamos conversando e a fila quase não andava. As mulheres foram ver na loja de conveniência se tinha algo prá comer enquanto empurrávamos as motos de quando em quando. Pasmem. Uma hora e meia debaixo de sol a pino, quando chega nossa vez o frentista diz que acabou a nafta. Não acreditei, pensei que fosse brincadeira de mau gosto, mas não era. Haja lei de Murphy. Pensamos em comprar álcool em farmácia para tentar chegar à cidade de Posadas 90 km adiante, daí o Gambá que já viajou por toda a América Latina de moto, sugeriu ver com o frentista se existia alguma possibilidade. Fomos perguntar e ele disse que uns 3 ou 4 quarteirões chegava no Rio Paraná e que podíamos ver com os piloteiros de barcos se conseguiam gasolina. Fomos o Gambá e eu. Encontramos um moço que telefonou para um outro e disse que se pagássemos o dobro, ele nos venderia 15 litros. Nessa altura mesmo que fosse o triplo pagaríamos. Seguimos o moço por uma espécie de lixão e entramos numa prainha e depois por uma picada até chegar a uma marina bem simples. Esperamos o tal que iria nos fornecer o combustível por uma meia hora. Retirou do tanque portátil de um dos barcos os 15 litros e daí voltamos para o posto para distribuir entre as 4 motos. Almoçamos por ali. Já era 18h00 e tínhamos mais de 300 km ainda para rodar. Fomos até Posadas e lá encontramos combustível para encher os tanques. O bom da história é que fizemos novas amizades. Trocamos cartões e nos despedimos. A noite veio e lá estávamos nós sozinhos viajando com destino a Foz do Iguaçu. Lá pelas tantas ouço um berro no intercomunicador assim: R i c a a a a a r doooo, olha o caminhão!!!!!!! assustei mas sabia que estava pilotando corretamente. É que a Lúcia não enxerga à noite e pensou que estávamos em rota de colisão com o caminhão. Pensou que seria o último grito da sua vida. De fato pensou que fosse morrer. Imaginem o grito de desespero. Chegamos em Foz do Iguaçu à meia noite, cansados e sem ter onde ficar.
Ligamos para uma conhecida, a Tatiane que nos arrumou uma pousada. Chegamos bem cansados e por isso vou ficar devendo o blog de hoje também.

Ponte entre Resistência e Corrientes







































terça-feira, 15 de janeiro de 2013

13º dia - de Salta a Resistência 800 km

Saímos no horário combinado e rumamos pela Ruta 9 que eu diria que é a estrada perfeita para uma boa pilotada. Com um ótimo alfalto, curvas com boa inclinação para fazê-las em alta velocidade, o único problema é o freio biológico chamado Lúcia, que vai gritando para não me empolgar ao mesmo tempo que vai reforçando a fala me apertando com as pernas. Depois de uns quilômetros nessa linda rodovia que segue paralela à pré cordilheira, entramos à esquerda na Ruta 16, o conhecido retão do Chaco. A partir daí vamos nos despedindo dos Andes com a promessa de um dia voltar. O piso começa a dar sinais de desgaste, com buracos cada vez mais profundos. As suspensões se encarregam de trabalhar de modo eficiente e conjuga estabilidade, rodas no chão e conforto. Essa é uma das grandes vantagens das bigtrails. Passa por qualquer tipo de piso transmitindo segurança e boa dirigibilidade. É impressionante como piorou essa estrada em apenas um ano. Por outro lado, quase não havia animais na pista. Cruzamos algumas vezes com três suíços de Berna, que estavam no mesmo hotel de Salta, fazendo a mesma viagem. Paramos para comer um sanduíche num posto e encontramos um casal de Curitiba que viajavam numa Goldwing preta. Iam para o Chile e troquei uma sobrinha de peso chileno que tinha no bolso, o que foi bom para ambos. Depois o asfalto melhorou um pouco e no fim da tarde já estávamos em Resistência com mais uma etapa concluída em conformidade com o planejamento.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

12º dia - de Atacama a Salta - 590 km

Acordamos cedo, terminamos de arrumar as últimas coisas para começar a grande viagem de volta. Tomamos um gostoso café da manhã, montamos as quatro malas na moto e partimos para a aduana chilena que fica na saída da cidade. Já tinha uma fila considerável. Depois foi chegando gente mas a fila não andava. Demorou mais ou menos uma hora e, do nada, começou a andar até que rápido. Feito todo o trâmite de saída, ligamos o motor e partimos. Subimos 42 km e logo estávamos ao lado do vulcão Licancabur que separa o Chile da Bolívia. O frio se intensificou e começaram as lindas paisagens. Apesar de termos vindo por esse caminho, foi muito interessante fazê-lo de volta. Parecia outra estrada. Vimos muitas lhamas, vicunhas atravessando o asfalto, uma morta no acostamento, muitos jegues selvagens pequeninos e pretos, cabras e muitas ovelhas. Até um flamingo perdido estava se alimentando numa lagoa. O céu estava muito azul, mas chegando aos 4800 metros de altitude o tempo começou a ficar mais fechado. Víamos chuva caindo, mas tivemos sorte pois a estrada acabava se desviando de onde caía mais água. Numa lombada, a uns 140 km/h apareceram muitas ovelhas com lacinhos vermelhos nas orelhas, sendo que algumas delas ameaçaram atravessar a pista. Brequei com determinação, a roda traseira até travou, mas não me livrei das broncas da Lúcia. Isto que eu chamo de freio biológico. Chegamos na aduana Argentina e lá foi rápido desembaraçar a papelada. Passamos pelo restaurante Pastos Chicos por volta do meio dia e ainda era cedo para comer. Fomos parar em Purmamarca e decidimos entrar para conhecer a vilazinha encrustada no Morro das Sete Cores. Um rapaz fazia umas belas empanadas de jamon y queso. E resolvemos parar para apreciar aquela iguaria. Que contraste, havíamos acabado de descer de uma região gelada, com picos nevados, e lá estávamos nós momentos depois passando o maior calor. A empanada estava ótima. Saímos rumo à Salta e lá chegamos no fim da tarde. Tão logo nos hospedamos no hotel Continental desabou o maior pé d'água. Voltamos ao Doña Salta mas não aceitavam cartão de débito. Lá fui eu andando 10 quarteirões debaixo de chuva e com o pé ainda inchado e doendo para retirar dinheiro no cajero. Depois aproveitamos o belo jantar e voltamos para o merecido descanso. Amanhã tem outra aventura: rodar 800 km pelo Chaco argentino até Resistência.



























domingo, 13 de janeiro de 2013

11º dia - Atacama - Laguna Cejar (pronuncia-se Laguna SÉRRAR)

Hoje o dia foi bárbaro. Tivemos a manhã livre para passear na cidade, passamos por uma ruazinha e lá encontramos uma galeria de arte super interessante, com trabalhos em alumínio, prata, cobre, ferro e aço, quase todos retratando a cultura e simbologia atacamenha. Não conseguíamos sair de lá. Dava vontade de comprar tudo. Cada peça tinha um charme especial. A Lúcia comprou um pingente muito delicado; esta é uma vantagem de viajar de moto. Não cabe muita coisa. Depois fomos comprar capas de almofada e uns panos desenhados que darão belos quadros. A manhã ainda estava fresquinha e nos divertimos pela rústica cidade. Com ruas de terra e turistas e mais turistas caminhando pela vila, uns chegando e outros indo embora, San Pedro de Atacama é um lugar que sempre prometemos voltar. Fomos ao museu de arqueologia que muito nos impressionou. Bem dividido, passear pelas galerias significa uma volta ao passado. Com belas peças achadas em sítios arqueológicos, o museu se destaca por sua infraestrutura e organização. Aprendemos mais um pouco sobre os incas e o quanto sofreram para sobreviver num ambiente tão inóspito. Depois comemos uma enchilada de pollo deliciosa e aguardamos dar 16h00 para o passeio programado para o dia de hoje. Fomos à Laguna Cejar e, sem sombra de dúvida, foi o melhor de todos. O lugar é lindo, a água é azul esverdeada e cristalina. Já fomos com roupa de banho por baixo, pois em uma das lagunas é permitido banhar-se. Aliás, essa é uma experiência ímpar. A laguna fica num dos salares de Atacama e é lindo o contraste entre o branco do sal e o azul da água. Ao fundo vê-se o vulcão Licancabur, cartão postal da cidade, com seu pico nevado. É indescritível estar lá. Quando se entra na água, fria, temos de aprender a nos virar lá dentro, já que a alta salinidade, nos espulsa e faz boiar até quem não sabe nadar. Acho que nunca ri tanto na vida quando a Lúcia entrou na laguna. Ela tentava entrar na água e daí perdeu o controle da situação e pensou que iria virar cambalhota e morrer afogada. Olhou para mim com os olhos arregalados e, em pânico, gritou R I C A A A A R D O, vem aqui, é sério. Em quase 40 anos juntos foi a primeira vez que vi o pânico estampado em seu rosto. Caímos na gargalhada por um bom tempo. Depois ela entendeu como controlar os movimentos num lugar que não se afunda nem querendo e passou a curtir feito criança. Ficamos lá pelo menos uma hora. Encontramos brasileiros que também vieram de moto, depois uma moça do Acre -Stefani- que namora um santiaguino, Rodolfo, que inclusive tiramos uma foto juntos que vou mandar por email. Uma delicia de lugar. A Lúcia dizia: o que é isso? Que lugar incrível, nem acredito que estou aqui. Parece mentira. Depois fomos fazendo amizade com as pessoas do grupo e chegamos noutra lagoa circular e de água doce para tirar o sal e continuar nos divertindo. Por fim, chegamos num salar em que se faz uma caminhada gostosa finalizando o passeio às 20h25 com um coquetel com direito a amendoim, batata frita, suco de durazno e pisco sauer. Aí o grupo já estava mais integrado e tiramos uma foto juntos. O guia disse às pessoas que havíamos vindo e moto do Brasil e todos nos aplaudiram com veemência. Ficamos super felizes. Chegamos no hotel, tomamos um banho e saímos para jantar. Voltamos à meia noite para arrumar a bagagem pois amanhã começa nossa volta de 3.200 km até nossa casa.